E-Migrar para Portugal
21-12-11 11:40
| Economia DNS, Empreendedorismo, Mudar de vida, Sustentabilidade, Território
A polémica em torno das declarações do Primeiro Ministro sobre emigração dos professores tem provocado celeuma suficiente para jornalistas e comentadores discutirem os destinos mais aliciantes para portugueses em busca de uma oportunidade. Brasil, Angola, China?
Nos Novos Povoadores, preferimos falar em destinos como Alfandega da Fé, ou outras regiões do interior rural. Tristemente, a polémica não inspira os opinion makers a levantar o véu sobre as oportunidades que residem no reequilibrio territorial baseado na mobilização de uma população empreendedora capaz de gerar riqueza independentemente da localização geográfica (economia DNS).
Há um país por "descobrir". Esconde-se entre a visão romântica do meio rural e o estigma de um interior empobrecido. Na realidade, se a ideia de um projecto de turismo em espaço rural e uma pequena agricultura familiar nutre muitos sonhos, não é menos verdade que hoje, as assimetrias regionais são acentuadas em grande medida pela escassez de população.
É certo que o momento que Portugal atravessa não é dos mais auspiciosos, mas neste período em que o governo está concentrado na consolidação das finanças públicas, e a economia no seu todo sofre um severo abrandamento, é o momento oportuno para reflectir sobre o que, para cada um de nós, pode constituir uma oportunidade.
...e-Migração, porque não?
Emigração das suas ideias, dos seus serviços, sem dúvida! Na economia chamam-lhe exportação, e pode fazê-lo "e-migrando" dentro de Portugal em total segurança e qualidade.
A [e-migração] resultado da procura de melhores condições de vida fruto da ligação ao mercado global.
Nos Novos Povoadores, preferimos falar em destinos como Alfandega da Fé, ou outras regiões do interior rural. Tristemente, a polémica não inspira os opinion makers a levantar o véu sobre as oportunidades que residem no reequilibrio territorial baseado na mobilização de uma população empreendedora capaz de gerar riqueza independentemente da localização geográfica (economia DNS).
Há um país por "descobrir". Esconde-se entre a visão romântica do meio rural e o estigma de um interior empobrecido. Na realidade, se a ideia de um projecto de turismo em espaço rural e uma pequena agricultura familiar nutre muitos sonhos, não é menos verdade que hoje, as assimetrias regionais são acentuadas em grande medida pela escassez de população.
É certo que o momento que Portugal atravessa não é dos mais auspiciosos, mas neste período em que o governo está concentrado na consolidação das finanças públicas, e a economia no seu todo sofre um severo abrandamento, é o momento oportuno para reflectir sobre o que, para cada um de nós, pode constituir uma oportunidade.
...e-Migração, porque não?
Emigração das suas ideias, dos seus serviços, sem dúvida! Na economia chamam-lhe exportação, e pode fazê-lo "e-migrando" dentro de Portugal em total segurança e qualidade.
A [e-migração] resultado da procura de melhores condições de vida fruto da ligação ao mercado global.
"É preciso instalar as pessoas com dignidade, é preciso dar vida às aldeias vazias"
08-12-11 10:35
Gonçalo Ribeiro Telles, de 89 anos, vai ser homenageado hoje, em Lisboa, enquanto "Homem, Político, Professor, Visionário".
in SAPO, Rita Afonso
Em entrevista ao SAPO, o arquiteto paisagista que já foi secretário de Estado do Ambiente de vários Governos provisórios, ministro da Qualidade de Vida e deputado, defendeu que é necessária uma nova mentalidade para o planeamento do território: "É preciso instalar as pessoas com dignidade, é preciso dar vida às aldeias vazias".
“Temos as aldeias com senhores envelhecidos, não está lá ninguém. É preciso muita coisa principalmente uma nova mentalidade para o planeamento do território”, afirmou.
Gonçalo Ribeiro Telles considera que são muito poucos os governantes que conhecem bem o país, especialmente o mundo rural. “Há uma ignorância total do que é um território, que tem de ter uma certa população a viver com dignidade”, explicou.
Para o arquiteto “é preciso tirar o maior partido possível das áreas que têm possibilidade de criar alimento. Há instrumentos para o fazer mas não são traduzidos nos planos diretores municipais. Muitas vezes são considerados como obstáculos ao desenvolvimento e ao progresso, o que é uma coisa espantosa”.
A cerimónia de homenagem a Gonçalo Ribeiro Telles decorre na Fundação Calouste Gulbenkian e, entre outros, vão marcar presença Duarte de Bragança, Diogo Freitas do Amaral, Miguel Sousa Tavares, Pedro Roseta, Maria Calado, Alberto Vaz da Silva, António Barreto, Eduardo Lourenço e Mário Soares.
in SAPO, Rita Afonso
DESENVOLVIMENTO PELA INOVAÇÃO
14-11-11 09:51
“O interior tem de deixar de esconder a solução que tem para o país.” É assim que Frederico Lucas aborda o desafio. Consultor de desenvolvimento territorial e um dos mentores do projeto Novos Povoadores, este lisboeta mudou-se para Trancoso, na Beira Alta, em 2005. A mudança fazia sentido. “Nós adaptamo-nos depressa à vida barata”, graceja. Só a renda de casa baixou dos 850 euros, em Lisboa, para os 300, em Trancoso. Com a diferença de que na vila beirã a casa é um prédio inteiro, de 12 assoalhadas. Custos com escolas para os filhos ou alimentação são também incomparáveis, para não falar da qualidade de vida em termos sociais e ambientais, que só se encontra nas cidades mais pequenas.
Os Novos Povoadores têm já registadas 750 famílias interessadas em sair dos grandes centros para se fixarem no interior. O alvo privilegiado do projeto são profissionais liberais ou pequenos empresários cujo trabalho pode perfeitamente ser feito à distância graças às tecnologias de comunicação e informação. Quadros médios em regime de teletrabalho podem também viver fora dos grandes centros e mesmo assim manterem-se ligados às suas organizações. A vantagem destes novos habitantes é reavivarem zonas desertificadas, gastando localmente a riqueza que obtêm com os seus clientes ou as suas organizações em Lisboa ou no Porto. Deste modo, dinamizam a economia local, animando o comércio e os serviços.
Cada vez mais, as autarquias estão atentas a estas formas inovadoras de atrair massa crítica. A política de fixar pessoas com subsídios ou emprego público não foi suficiente para impedir a desertificação das regiões periféricas, pelo que agora se procuram novas soluções. Está na hora de rentabilizar os investimentos feitos nos últimos anos em equipamento, aquilo a que Frederico Lucas chama o “hardware territorial”: as estradas, hospitais, centros desportivos e culturais construídos no interior asseguram uma qualidade de vida difícil de encontrar nos grandes polos.
Agora, é só aproveitar estas estruturas. “Já vencemos a fase do hardware territorial, agora precisamos do software territorial”, diz o consultor. Esse software são as competências, os talentos e as capacidades que podem fixar-se nestes locais com potencial de desenvolvimento. “Neste momento já temos as condições tecnológicas”, aponta Frederico Lucas. “Só falta o clique social.” Para esse clique, os exemplos de sucesso dos que estão a dar o salto são vitais para despertar vontades. Quanto ao resto, sublinha o mentor dos Novos Povoadores, “é muito importante que haja um encontro de interesses entre o poder local, as empresas e as universidades de cada região”.
in Diálogo
Aldeias tornadas centros de trabalho para jovens empreendedores
23-10-11 12:29
Os jovens empreendedores são os actores do projecto infoex.pt. As infra-estruturas construídas no interior do país, mas ao abandono por falta de população, são o cenário. O objectivo é acolher neste património edificado empresas e jovens, deslocando população e economia dos grandes centros para cidades de menor dimensão no interior rural. Agricultura, comunicação, agricultura e floresta são algumas das áreas estratégicas.
Na agenda está o desenvolvimento de Working Labs, ou seja, «oficinas de experimentação profissional». As áreas para iniciar estas oficinas estão definidas e são a agricultura, geriatria, floresta, alimentação e comunicação. «Estes temas surgiram por manifestações de interesse por parte de autarcas que se interessaram por este projecto», diz o técnico de dinamização territorial.
Frederico Lucas defende que com o Working Labs juntou «dois problemas para uma solução: muitos jovens qualificados estão desempregados e existem imensos equipamentos públicos em todos os concelhos que precisam de actividade. Sabemos que existem vários conceitos que têm tido sucesso no apoio à integração profissional dos jovens: Coworking [partilha de espaços por trabalhadores independentes]; Fab Labs [laboratórios de fabrico digital]; Mentoring [formação e desenvolvimento pessoal]. Combinamos estes conceitos no mesmo espaço, porque no território rural não é concebível um espaço para cada uma das actividades, e integramos o alojamento bem como um espaço para actividades artísticas».
A agricultura surge como área estratégica «porque julgo que é consensual que Portugal pode reduzir a dependência externa dos produtos agrícolas. E isso não representa um regresso ao passado. Pretendemos apoiar novas iniciativas agrícolas orientadas para as novas tendências de consumo».
O envelhecimento da população acarreta novas formas de cuidar dos mais velhos e também aqui a InfoEx quer apostar na atracção de projectos liderados por jovens para os territórios interiores. «As pessoas mais velhas pretendem manter-se nas suas casas, mas perdem algumas das suas necessidades vitais, como por exemplo a preparação das suas refeições, cuidados de saúde e higiene. A geriatria aparenta ser um mercado emergente», adianta Frederico Lucas.
O coordenador da empresa pormenoriza as razões porque inclui a floresta: «Na fileira florestal temos em conta que os fogos são uma praga que grassa no nosso território rural. O custo económico dessa degradação é incalculável. O custo social é ainda maior. Há oportunidades para esse sector pouco exploradas».
No sector alimentar, existem novas tendências de consumo. «Os produtos Gourmet permitem gerar mais-valias de 500% sobre os seus condimentos. E pertencem a um mercado em crescimento». Por fim, a comunicação. «A imprensa está em crise, num momento em que aumentam exponencialmente os conteúdos. A comunicação online está a atingir a quota de mercado dos meios tradicionais. Mas, as pequenas empresas portuguesas precisam de comunicar melhor. Não podem ter técnicos de comunicação em exclusivo, mas vão ter de recorrer aos seus serviços. Vão explodir os serviços de baixo custo neste sector. Trinta avenças de cinquenta euros cada totalizam o valor de um ordenado».
Estes são sectores a investir porque «hoje o território tem o equipamento para se desenvolver. Mas falta-lhe pessoas e empresas fora das áreas metropolitanas». E neste desenvolvimento, a InfoEx conta com os «actores locais para ter sucesso». Estes «actores» são os «poderes locais, as universidades e empresas», afirma o entrevistado.
Além do Working Labs, InfoEx tem ainda outros projectos em desenvolvimento. O captar de jovens para ter residência no mundo rural e aí iniciarem a sua empresa é um desses projectos. Chama-se Novos Povoadores. Próximo deste projecto está um outro designado «Aldeias Globais» que vida fazer das aldeias centros empresariais.
«O projecto Aldeias Globais, que ainda não iniciou a comercialização, pretende transformar aldeias despovoadas em centros empresariais. São aldeias que perderam todas as infra-estruturas que as poderiam suster. Procuramos empresas que pretendam arrendar algumas dessas casinhas para aí se instalarem, procurando novas funções para esse edificado. Julgamos que são espaços bastante apelativos».
Equilíbrio na distribuição da população pelo território nacional será um resultado positivo deste projecto. Inverter a tendência de acumular população no litoral e nas grandes metrópoles são sempre o objectivo dos projectos infoex.pt. Para demonstrar a relevância desta nova distribuição da população, Frederico Lucas adianta alguns números da Organização das Nações Unidas (ONU): «em Portugal, 42% da população vive em 5% do território. Apenas 3,5% da população vive em cidades médias: Coimbra e Braga. Isto significa que 42% da população vive imobilizada sobre si e 54,5% da população no ‘interior profundo’. Em 2015, 69,2% da população portuguesa viverá nas duas áreas metropolitanas».
Frederico Lucas sublinha que procuram parceiros para desenvolver este projecto que será de baixos custos de implementação. «Acreditamos que é possível o desenvolvimento desta iniciativa com custos bastante reduzidos. Este projecto tem de ser desenvolvido com a optimização dos recursos existentes no território, possibilitando um custo por jovem de 1500 euros. Procuramos parceiros para atingirmos esta realidade, e se possível, para que os jovens assumam apenas uma ‘taxa moderadora’, que seria uma fracção deste valor».
Os jovens com uma ideia de negócio que queiram apostar em localidades menos habitadas podem contactar a infoex.pt através do formulário disponível na página da Internet.
in Café Portugal, Sara Pelicano
"O Escritório em Qualquer Lugar" por @CiscoPortugal
13-10-11 03:58
| A Crise que se transforma em Oportunidade, eco-sustentabilidade, Economia DNS
Viagens longas, estar no escritório a horas certas e com flexibilidade limitada são coisas cada vez mais do passado. No futuro vamos assistir a um aumento da mobilidade no local de trabalho que vai criar o “escritório em qualquer lado”, um local onde os funcionários podem trabalhar a qualquer hora e a partir de qualquer lugar.
Quem vai ser o líder da mobilidade em 2013? Veja a resposta neste infográfico interactivo.
A flexibilidade e mobilidade no local de trabalho estão a tornar-se componentes atractivas nos processos de recrutamento e retenção. 66% dos profissionais de TI inquiridos afirmaram que aceitariam uma oferta de trabalho que pagasse menos para terem mais flexibilidade na utilização de dispositivos, acesso aos social media e maior mobilidade. Trabalhar a partir de casa também não incentiva a “preguiça”. 45 % dos teletrabalhadores admitem trabalhar duas e três horas extra por dia quando trabalham remotamente.
Aumento da produtividade e retenção de talentos são apenas dois dos benefícios de uma força de trabalho móvel. Sim, há mais.
Hipoteticamente, se 50 milhões de pessoas nos EUA trabalhassem a partir de casa metade do tempo, seria possível reduzir as viagens rodoviárias em cerca de 146 mil milhões de quilómetros por ano. Uma consequência de menos tempo na estrada seriam a prevenção de 77 mil acidentes e mortes no trânsito e também reduzir o consumo de petróleo em 281 milhões de barris. Para enquadrar este número, 281 milhões de barris significam 46% das importações do Golfo Pérsico.
Em 2013, os trabalhadores móveis vão representar 35% da força de trabalho global. Isto mostra-nos um novo mundo de oportunidades. Está a mudar o seu negócio para o novo “Escritório em Qualquer Lado”?
Because the people who are crazy enough to think they can change the world, are the ones who do.
25-09-11 09:54
| Empreendedorismo, EN, Reflexões
Mercearia fina online
23-09-11 07:23
| Economia DNS, Empreendedorismo, Mudar de vida, Território
Nos foruns de debate e reflexão sobre ruralidade e desenvolvimento territorial não são raras as referências à necessidade de aliar os recursos endógenos às novas tecnologias. O advento da internet contribui naturalmente para a disseminação deste binómio e encontrámos um excelente exemplo em bienmanger.com Com uma facturação de 4,5 Milhões de Euros (2010), o site francês de comércio electrónico que privilegia produtores de pequena escala. Mais de 360 produtores de França e de origem estrangeira (Italia e Espanha, essencialmente) constituem uma oferta que supera os 4000 produtos de "mercearia fina". Toda a operação assenta numa filosofia de desenvolvimento sustentável, e está sediada em La Canourgue, uma vila com cerca de 2.200 habitantes situada a 600km a sul de Paris, cidade mais próxima Montpellier (150km).